Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Arena Heavy

Por Rafael Dantas

Nota: 08.5/10.0

Quem é brasileiro e não conhece a história do hoje vocalista Manu Joker, só pode estar vivendo em uma caverna. O cara, dentre tantos projetos, foi um dos integrantes de uma das melhores fases do Sarcófago, o que já lhe garante aquela velha carteirada, por onde quer que ele passe. Já há alguns anos a frente da Uganga, o cara lançou no último mês de maio o seu novo álbum, sétimo na sua discografia e intitulado “Ganeshu”, para nos presentear novamente com o seu CrossOver já característico.

“Ganeshu” continua o mesmo direcionamento estético dos seus antecessores, ou seja, pode esperar por muito groove, bases Thrash e muitas passagens oriundas do Hardcore. As letras continuam em português, contendo temas provocativos e que induzem o fã a pensar por si mesmo, para que não seja massa de manobra de quem quer que seja. Partindo desta premissa, impossível não destacar as ótimas “Confesso” e “Tem Fogo!”, com estruturas muito próximas ao som do Biohazard, mas com aquele clima bem brazuka, bem favela! Excelente!

A arte da capa é mega interessante e completamente fora da casinha, principalmente quando comparamos com outros títulos do gênero. Um ouvinte menos ávido sobre o que acontece na cena, pode se deparar com ela e tomar um puta susto quando apertar o play do seu spotify. De fato o peso aqui é uma constante, inserido em uma produção sólida, coesa e que privilegiou o trabalho de cordas, sem esquecermos, obviamente, da cozinha “parruda” que assume o protagonismo em diversas passagens. Tudo aqui está no seu devido lugar e isso é um fato!

Com pouco mais de vinte e seis minutos de duração, “Ganeshu” é um material de fácil digestão e que pode ser escutado rapidinho, pois é muito curto. Se, por um lado, a molecada impaciente dessa geração vai adorar ter um disco de menos de meia hora em mão para consumir, confesso que eu, como velho banger que sou, preferia algo em torno de quarenta minutos. Mas, como nem tudo é perfeito, deixem-me continuar as minhas audições de “Ganeshu”, pois a cada uma finalizada, acabo gostando mais e pescando novos detalhes!