Resenha: álbum de estreia da Rampage é destacado no nordeste do Brasil
Postado em 05/04/2023


Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Reidjou

Por Alex Viana

Nota: 09.0/10.0

A banda RAMPAGE vem do Espírito Santo e, neste seu primeiro álbum “Asgard”, nos apresenta um Heavy Metal de cunho tradicionalista, que faria o mais chato fã do Manowar ter orgulho. Duas coisas me chamaram a atenção, logo de cara! Primeiro é que não é muito comum, infelizmente, recebermos materiais de bandas de Vitória. E segundo, mas não menos importante, é que esse quinteto partiu direto pra um full lenght propriamente dito, pulando etapas que julgo importantes, como o lançamento de uma Demo, pelo menos. Mas enfim, após duas audições deste disco, o que de fato achei dele?

A produção do material fica no meio termo entre o moderno e orgânico, o que já garante uma sonoridade diferenciada. A parte gráfica é um primor, e vai direto ao ponto, representando uma vista geral de Asgard. A paleta de cores também me agradou bastante, por deixar claro o que nos aguarda ao ouvirmos as músicas. Desta forma, imagem e áudio fielmente conectados, como manda o figurino.

“Asgard” é um álbum relativamente longo, com seus pouco mais de cinquenta e três minutos de duração. Mas, o que surpreende, é que não me soou cansativo, mesmo com o alto teor de dramaticidade imposto pelo quinteto em composições como “Sigurd (Black Circle)” e “Eye of the Storm”. Aliás é muito perceptível a influência que a banda de Joey DeMaio exerce sobre estes brazukas. Bases e melodias me remeteram bastante aos norte-americanos, ainda assim, não achei que se escoraram.

Dois destaques merecem menção aqui. O primeiro é o trabalho de cordas do guitarrista Adriano Oliveira, que imprimiu muita técnica no decorrer de toda a obra. Inclusive, achei acertadíssima a inserção de “Bifrost”, que nada mais é do que uma faixa instrumental, magistralmente conduzida por Adriano, e que serve pra por alguns pingos nos is. O outro destaque vai para o vocalista Junior Hachid, que não soa exagerado e que possui um timbre bem agradável. Ou seja, não espere por gritinhos desnecessários e nem a tentativa de emular Eric Adams. Na real, Junior se vale mais do uso da sua voz ao natural, sem se valer de drives o tempo todo. Uma faixa que combina a técnica de Adriano, com a versatilidade de Junior é, sem sombra de dúvidas “Asgard”.

Lembram do meu medo, exposto no primeiro parágrafo, quanto aos caras partirem direto pra um álbum completo, sem ao menos se testarem com uma Demo?! Pois é, meu temor caiu por terra, porque me deparei com um álbum muito bem escrito e fundamentado nas raízes do real Heavy Metal. Que bom que o grupo conta hoje com o suporte de uma das maiores gravadoras do Brasil, a MS Metal. Desta forma, não vou me surpreender de vê-los alçando voos mais altos em breve. Voe alto RAMPAGE, rumo aos portões de Asgard!!!

 

 
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