Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Fullrock

Por Jeferson di Pádua

Nota: 09.0/10.0

É sério mesmo, que em pleno ano de 2023, tenho em minhas mãos um álbum de uma banda Grunge?! Mas peraí, o que temos aqui é uma banda brasileira com aquela pegada noventista da prolífica cena de Seattle?! Sim senhores, a FROGSLAKE tinha todos os elementos para fracassar, mas os caras conseguiram o inimaginável nos dias de hoje! Com muito carisma, este “Take Me Out” é um verdadeiro compilado das principais referências de um estilo, hoje marginalizado, mas que foi de grande importância pra cultura underground no mundo.

A arte da capa não me conectou muito com o estilo das músicas e, ainda bem não tomei nenhum spoiler do que encontraria em âmbito musical. O que temos aqui são músicas diretas, raivosas, e que bebem da fonte do lado mais orgânico e doentio do segmento. Então, espere algo mais próximo do que foi o Nirvana no seu debut álbum, do que, por exemplo o Alice in Chains e o seu clássico “Dirt”. Ainda assim, aqui e ali, dá pra perceber referências e easter eggs bastante interessantes. “Escape” e “Can I Do It?” foram as que mais gostei, mas o que me intrigou é que aqui, em tempos de playlists, me vi com a necessidade de ouvir o álbum completo, o que acabou ocorrendo diversas vezes!

Na ficha técnica da bolachinha, alguns outros pontos me surpreenderam positivamente. As doze canções encontradas em “Take Me Out” foram produzidas por Billy Maia em Nova York, o que já garante muito mais peso ao conteúdo em si. Além dele, é importante destacar que o experiente Jack Endino finalizou a produção dos áudios aqui apresentados. Pra quem não sabe, o cara já trabalhou ao lado de referências gigantescas da música alternativa mundial, como Mudhoney, Nirvana e Soundgarden. É mole ou quer mais?! Que feito, meus amigo! Que feito!!!!!!

Só pela imprevisibilidade, “Take Me Out” já merece atenção total por parte dos fãs brasileiros. O que me tranquiliza é que os caras contam com o suporte de uma das grandes gravadoras do Brasil, atualmente! Desta forma, com uma distribuição adequada, este material certamente não vai passar batido! Seria um crime, “Take Me Out” estar recluso ao underground, sem qualquer tipo de projeção! Excelente trampo, e que venham outros como este!!!!! Seria pedir demais uma tour? Espero imensamente que não!