Resenha de CD originalmente publicada pelo blog Road to Metal
Por Gabriel Arruda
Trabalho instrumental, em exceção, nunca atraiu muitas pessoas, deixando, sem parar pra pensar, trabalhos que chegam a ser imperdíveis. Mas, por um lado, chega a ser um aprendizado e um importante material de estudos para os aficionados pela guitarra, instrumento que preza por discos desse tipo, vide Steve Vai, Joe Satriani, Eric Johnson e entre tantos outros como grandes exemplos. Chegando para mostrar todo seu valor, eis que o guitarrista carioca EDUARDO LIRA solta seu ‘debut’ álbum, “The First Concept Project”.
É perceptível que a técnica das seis cordas é vista como prioridade neste álbum, nos encantando por ótimos fraseados e belas harmonias, passeando por influências de Jazz e Fusion, mas que também flertam passagens de Rock e Heavy Metal em vários momentos. E cada música soa como se parecessem faixas convencionais, tendo um vocal cantando, volvendo cada momento do disco de forma agradável e envolvente. Ambos os instrumentos, que contem nomes de peso preenchendo cada linha, também ganham destaque, ajudando a dar mais valor à obra.
A parte de produção ficou por conta do próprio Eduardo, mas que também teve o auxilio do Alexandre Oliveira e David Cid (responsável pela mixagem e masterização), nos dando uma sonoridade totalmente límpida e patente, regalando peso e melodia no seu cabido tempo. A arte é parida pelo conceituado artista Gustavo Sazes, criando uma capa que transmite o que passa no ambiente de cada música.
Geralmente, discos instrumentais demandam mais tempo em cada faixa, mas o Eduardo foi certeiro! Em apenas 28 minutos, o guitarrista mostra o seu talento sem muitos detalhes, não precisando de muito para que toda atenção seja ainda mais chamada do que já é, nos dando ainda mais curiosidade pra saber o que há por trás das outras músicas.
Como sou uma pessoa que tem o Heavy Metal estilo musical prioritário, destaco de começo a “The Edge Part 2 – A Path To Enlightenment”, que é altamente pesada, gozando um ótimo trabalho rítmico e, claro, belos fraseados de guitarra, entrando de carona com a também forte “Catharsis”, com as linhas de baixo sendo preenchidas por Felipe Andreoli; “Enjoyment” encanta pela beleza, arrancando emoção tanto nas harmonias de guitarra, mas nos baixos e teclados; os pontos graves retornam em “Kaleidoscope”, que é envolto por andamentos rápidos, principalmente vindos da parte rítmica, assim como a metálica e cheia de nuances com a “Intention Divine”, findando o disco com a requintada “Raining Day”, ganhando do Rodrigo Boechat elegante melodias de piano.
Sugerido pelos amantes da guitarra!