Resenha: novo álbum da Orthostat elevado ao grau de masterpiece no site Old Coffin Spirit Zine
Postado em 14/02/2024


Resenha de CD originalmente publicada pelo site Old Coffin Spirit Zine

Por Walter Bacckus

Nota: 08.0/10.0

Tudo que nós amantes do submundo e do Metal queremos é que surjam muitas bandas brasileiras do estilo e que lancem os seus trabalhos e façam muitos shows, que ganhem respeito no underground. E quando essa banda faz tudo isso e chega ao seu segundo trabalho e, melhor de tudo; evoluindo em todos os quesitos e lançado um magnífico álbum, cheio de criatividade e ainda melhor que o seu full álbum que já era bom.

O novo trabalho dos catarinenses do ORTHOSTAT deu um passo muito grande em relação ao primeiro álbum cheio deles, “Monolith of Time” de 2019. Com toda essa qualidade sonora, nem parece que são só 4 anos que separam o primeiro para esse segundo “The Heat Death”. Uma produção limpa, mas que priorizou o peso, onde dá para ouvir cada nota executada por esses arqueólogos do Death Metal.

O processo de concepção deste álbum começou em 2019, quando o membro fundador David Lago começou a esboçar o conceito teórico que serviria como o cerne do álbum. Este é um álbum conceitual, que investiga as profundezas científicas insondáveis do universo.

São 10 faixas de um Death Metal old school, técnico sem soar demasiado chato, com camadas sombrias e obscuras, tétricas e muito pesado, carregado de uma energia negra, densa, melancólica, claustrofóbica e angustiante.

É até difícil escolher um destaque porque estão todas no mesmo nível. Cada música é de uma qualidade e técnica absurda. Com solos de guitarras cheio de melodias, técnica e que remete ao Heavy Metal. Cheio de sentimentos, paixão, peso, e riffs poderosos. Ótimo trabalho da dupla de guitarrista “Hille & Lago”. A cozinha não fica atrás. Com a entrada de Igor Thomaz e com o contrabaixo de Eduardo é absurdamente matadora. Baixo pesado, estridente e os graves explodindo nos alto falantes. E a bateria com pegada única e trabalhada, com passagens rápidas e cadenciadas, muito peso e quebradas absurdas. Inclusive, até o vocal de David Lago tá diferente e muito melhor! Se no primeiro era ultra gutural e urros insanos, aqui continua gutural e cavernoso, porém audível e dá para entender seus fraseados vocálicos. Como disse: os caras se superam em todos os quesitos!

Mas com certeza a faixa “Singularity” é um grande destaque com uma base poderosa, riffs e solos mágicos, o baixo pesado e técnico, e a bateria quebrada e destruidora. Aliás, a bateria é um grande destaque neste novo trabalho. E no final da música, passagens de violões clássicos que trazem uma calmaria no meio de um Death Metal violento e pesado! Faixas como: “Radioactivity” que inclusive tem videoclipe no YouTube e “Nothingness” vão deixar todos com um sorriso de felicidade na cara de quem é apreciador de um Death Metal. O disco foi gravado no home studio da banda, a bateria no Marmotas Estúdio em Rio Negrinho(SC), enquanto que a produção já citada foi de David Lago e Rudolph Hille, e a masterização foi feita por Rudolph Hille.

Para os amantes e cultuadores do Metal da Morte, certeza que não vão se arrepender de ouvir esse trabalho dos catarinenses. “The Heath Death” com certeza se tornará um clássico do Metal da Morte brasileiro. E isso mostra o quanto nossas bandas não devem nada para as cenas europeia e/ou americana. A produção do álbum ficou a cargo da dupla David Lago (G/V) e Ruddolph Hille (G) e ficou ótima. Diria até que foi produzida por medalhões (se não soubesse que foram eles) e fora do país. Aqui o nível é gringo! Tamanho qualidade sonora dessa produção.

Os instrumentos aparecem todos. E falando nisso, os caras tiveram a manha de inserir teclados em algumas faixas numa pegada tipo gótico/pós-punk dos anos 80 e tudo com peso e volume no momento certo. Todos instrumentos bem destacados e poderosos. Arte da capa feita pelo mestre Márcio Blasphemator e gostei muito das cores e a viagem que elas representam, que, aliás tem tudo a ver com a temática do álbum. Vale citar: que essa arte foi pintada a mão.

Se a morte chegar por calor, seria bom os deathbangers estarem tomando uma cerveja bem gelada e ouvindo esse poderoso Death Metal do ORTHOSTAT!

 
Categoria/Category: Clipping

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