Resenha: segundo álbum da Neuro Ruptura é destaque no maior portal da Bahia
Postado em 21/07/2022


Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Reidjou

Por Alex Viana

Nota: 09.0/10.0

A NEURO RUPTURA é um sexteto que vem do sul do Brasil, mais precisamente de Porto Alegre, e que aposta neste seu segundo álbum, intitulado “[In]constante”, em um Modern Metal ora extremamente pesado, ora muito melodioso. Pra quem acha que o estilo já deu o que tinha que dar, e que bandas como Project46, John Wayne e Glória estariam com os dias contados na cena, os gaúchos trazem a resposta negativa da melhor maneira possível.

Os caras apostam na nossa língua natal para transmitir a sua mensagem, deixando evidente que o foco parece ser o mercado brasileiro. Nada contra, mas acredito que eles podem expandir a sua carreira para outros países, até porque a qualidade aqui apresentada é de fato absurda. A produção é cristalina, e me custou a acreditar que foi realizada totalmente no Brasil. Quando precisamos ouvir o peso das guitarras, ele está lá, e também quando a calmaria se torna a tônica, tudo fica muito limpo e até singelo. O contraste é o segredo da obra, e o grupo explora isso muito bem.

Como estou falando de um segmento como o Modern Metal, os experimentalismos não poderiam ficar de fora. Partindo daí, fiquei impressionado com a inserção de passagens extraídas do Reggae na faixa [In]tolerância. Mas não se engane, tudo foi feito de maneira bem natural, não me soou forçado em nenhum momento, e eu sou bastante chato quanto a isso. Outra excelente é “Vá Além”, que flerta com o Djent e suas inúmeras variações de tempo, além de arranjos de baixo dignos dos grandes do estilo. “Mudar o Mundo” é provocativa e traz consigo bastante groove e linhas de vozes que bebem da fonte do Rap nacional, trazendo ainda mais tempero para uma salada que já se mostrava muito diversificada.

A alternância de vocais clean e guturais pode vir a cansar alguns, mas confesso que comigo isso não aconteceu. Na verdade, apesar de uma minutagem relativamente longa, o disco flui muito bem, e quando dei por mim já havia chegado nas ótimas “Mesma História” e “Sede de Vencer”. São raras as vezes que escuto um álbum mais do que três vezes no meu ofício, todavia, não estou conseguindo largar de “[In]constante”. O material cativa, te prende, te surpreende e não foi concebido para ser um mero clone das suas referências, tampouco apenas mais um CD em meio a tantos que são lançados todos os meses pelo mundo. Vale a pena todos darem uma conferida.

 
Categoria/Category: Clipping

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