Resenha de CD originalmente publicada pelo blog Road to Metal
Por Gabriel Arruda
Alguém com certeza tiveram (ou tem) ódio por alguma coisa. Isso, claro , é comum na vida de uma determinada pessoa, e com tanta podridão acontecendo no mundo, não há por que de não se sentir com ódio. E quando o assunto é relacionado a isso, não há nada melhor do que expressar a raiva por meio da fúria musical, levando a nos querer matar alguém vivo, só pra não dizer que sou maldoso (risos). Vindo da escola Hardcore/Metal, os mineiros do ÓDIO AO EXTREMO, da cidade de Lavras, chega com tudo em “Animal”.
Logo de cara, o quarteto mostra que faz jus ao seu nome, não demorando muito pra permear sua fúria diante de insanas 13 faixas. É claro que a evasão de firulas e coisas espalhafatosas não é condizente ao modo pratico da banda, mas não deixa de agregar certa técnica em estipuladas ocasiões, pois não há calma que mande em “Animal”, sendo que agressividade, peso e furor, ala Ratos de Porão e D.R.I, são os principais fatores do álbum, esbravejando tudo o que pensam em letras cantadas em português.
Em questão de sonoridade, ai que a banda capricha mesmo, soando ótima e contagiante, com uma produção primorosa Celo Oliveira, no estúdio Coléra (RJ), cuidando também na parte de mixagem/masterização, sucumbindo toda a supremacia extrema do quarteto num grau distinto e elevado, colocando peso sempre em primeiro. A direção de arte ficou por conta do Marcus Lorenzet, fincando uma ilustração que alude ao que passa na parte lírica das músicas.
São 40 minutos de duração, com cada faixa a beira de 2 a 3 minutos, mas que afeta nossos de forma rápida, chamando a gente entrar no ódio da banda e jogar tudo o que vê pela frente no alto, mandando ímpetos esporros para as pessoas nos enchem o saco e nos perturbam da pior maneira possível. Melhor que isso, só mandando um “FODA-SE” e um chute no saco! A porradaria começa sem dó com “Atendado Terrorista”, que detona com riffs absurdos e insanos; “Animal” tem um andamento pouco vagaroso, mas que nos deixa em sintonia pela sua brutalidade, como reflete o refrão da música, reiterado pela rápida “Descartável”, dosando influência de Hardcore e Old School; “H’Odeio” reflete o que se passa nos rodeios do Brasil, que no refrão tem uma bela resposta de quem pratica essa covardia, além de evidenciar a parte rítmica, que mostra equilíbrio e agilidade;
Demais ênfases ficam pela brutalidade de “Merda”, a quebra de cerviz em “Futuro do Brasil”, e das violentas “Palestina” e “Noia”, mandando qualquer adulador ou maria-vai-com-as-outras que costuma idolatrar coisas que não acrescentam em nada. Poderia destacar todas as faixas, mas achei essas as mais relevantes do disco. Sinta-se a vontade! Afinal, seu ódio e o espírito animal são bem vindos.